Diário do Pan #6: 10 de agosto de 2019
13/08/2019 - 19:41
Por Elisa Borges
O dia 10 de agosto de 2019, estava marcado no meu calendário para ser uma data especial em Lima.
Nosso último dia em La Videna traria a decisão do torneio por equipes, que era, para nós, a medalha mais garantida desse Pan no tênis de mesa. Pra completar, dia 10 é também o aniversário do Marinho e, esse ano, véspera do dia dos pais. Nada melhor do que celebrar com mais um ouro pra chamar de nosso. Fui dormir na sexta-feira certa de que o plano seria executado sem falhas.
Diário do Pan:
+ #1: Com emoção desde o início
+ #2: A estreia: Morri, mas passo bem
+ #3: A saga dos ingressos
+ #4: A vitória, a medalha e o hino
+ #5: Um dia em La Videna
Dia 10 eu acordei doente. Uma gripe me tirou toda a energia e me obrigou a buscar forças do fundo do meu ser pra ir até o ginásio. Assisti à semifinal feminina vibrando internamente, recostada no ombro no Marinho. A classificação das meninas para a final me deu um sopro de ânimo. Sofia me trouxe um veggie roll com molho shoyu que ajudou a elevar minha pressão, e quando a equipe masculina entrou na mesa eu já me sentia melhor e mais preparada para a batalha.
Definitivamente não estava preparada para a derrota. Foi um final inesperado para a manhã do dia 10 de agosto em Lima. O Brasil perdeu para os EUA por 3 jogos a 1 e ficou fora da final por equipes dos Jogos Pan-Americanos de 2019. Foi sofrido ver a equipe masculina adulta do Brasil, tão soberana nas Américas nos últimos anos, perder justamente o Pan.
Apesar da decepção, voltamos ao ginásio à noite para torcer pelas meninas na final contra Porto Rico. Numa partida emocionante, e, novamente sem um final feliz para o Brasil, terminamos com a prata.
Após uma semana cheia de emoções, o Brasil ficou fora do lugar mais alto do pódio na última premiação dos Jogos. E o fechamento de ouro que eu havia planejado teve que ficar para a próxima. É claro que toda medalha deve ser comemorada. Mas quando se é favorito, o bronze vem com um gosto bem amargo.
Depois do pódio, Hugo recebeu das pessoas que estavam no ginásio acompanhando as finais um carinho incrível, que se estendeu a toda a família. Todos tiramos fotos e ganhamos presentes. Até autógrafo na bandeira do Peru a Sofia deu! Como mãe, senti meu coração aquecido ao ver o Hugo tão querido por todos. Fiquei grata por toda a energia positiva que o rodeava naquele momento e que se somou ao carinho que vínhamos recebendo ao longo da semana.
Não sei para o Hugo, mas, pelo menos para nós, tanto afeto ajudou a amenizar o sentimento de frustração. Foi difícil não abrir um sorriso vendo uma adolescente peruana chorar de emoção ao abraçar seu ídolo, que, por acaso, era o meu filho.
10 de agosto de 2019 não foi exatamente do jeito que eu havia planejado. mas, de tantas emoções que vivemos naquele dia, escolhi guardar na lembrança os momentos felizes. Como o pouquinho de tempo em que conseguimos ficar todos juntos, no fim da noite, esperando o Hugo entrar ao vivo no Conexão SporTV. Há muitos anos, aprendemos a valorizar cada oportunidade de reunir toda a família, principalmente sabendo que a hora da despedida está sempre logo ali.
O dia 10 de agosto de 2019 não será o melhor nem o pior 10 de agosto da história da nossa família. Mas, sem dúvidas, será inesquecível.
Se nós, que sou apenas torcedores, sofremos, imagino como deve ser para o atleta e para a família. Mas perder também faz parte do jogo. Parabéns tanto para os meninos quanto para as meninas pelo resultado e que venha Tóquio em 2020!!!
Se pra quem assistia pela TV, que é só torcedor, já foi dificil, imagino como a família fica. Ficamos tristes com a perda, mas, são coisas do jogo. Parabéns tanto pros meninos quanto pras meninas pelo desempenho e agora é Tóquio em 2020!!!
Pra quem assistia em casa também foi dificil! Acreditei até o final. Mas enfim, são coisas do jogo. Parabéns tanto pros meninos quanto pras meninas pelo desempenho e agora é Tóquio 2020!