Hugo e seus companheiros realizaram atividades ao ar livre na pré-temporada (Crédito: Time Calderano)

Hugo e seus companheiros realizaram atividades ao ar livre na pré-temporada

Hugo Calderano comemora uma marca muito especial em julho de 2020: há exatos dois anos, ele entrava pela primeira vez no Top 10 do ranking mundial de tênis de mesa, algo inédito para as Américas. Atual sexto colocado da lista, ele vê a marca como um reflexo do trabalho que vem desenvolvendo com sua equipe técnica ao longo das últimas temporadas.

“Acho que é uma razão para comemorar. O ranking não é uma meta em si, mas é uma sinalização importante do trabalho que está sendo feito. Estar no Top 10 durante dois anos é consequência da regularidade que venho mantendo nas competições”, afirmou.

Hugo chegou ao Top 10 em julho de 2018 após a conquista da Copa Pan-Americana, que lhe rendeu pontos importantes – veja aqui matéria da época publicada pelo GloboEsporte.com. Nenhum mesa-tenista das Américas havia conseguido chegar tão longe desde que o ranking foi constituído, em 1987 – até então, a lista não era oficial, sendo definida com base em critérios subjetivos.

Regularidade como ponto chave

Ao longo destes dois anos, Hugo passou a maior parte do tempo (13 meses) na sexta posição. E, neste período, somente em outubro de 2018, quando foi o 11º do mundo, não figurou entre os dez melhores da lista.

Como ele mesmo pontuou, a regularidade nos principais eventos internacionais tem sido fundamental para solidificar sua posição entre os tops. Em 2019, Hugo venceu 78,7% dos seus jogos, sendo figura recorrente nas fases finais do Circuito Mundial – veja aqui todos os resultados do ano. Em oito etapas disputadas, incluindo o Grand Finals, chegou duas vezes às semifinais e quatro às quartas. Além disso, teve seu melhor desempenho em Mundiais, parando apenas diante do eventual campeão Ma Long, nas oitavas.

A última atualização do ranking mundial foi feita em abril deste ano, quando Hugo saltou da sétima para a sexta posição. Desde então, a ITTF mantém a lista congelada, já que as suas competições estão suspensas por tempo indeterminado em virtude da pandemia do novo coronavírus.

Pré-temporada iniciada

Após três semanas de férias, Hugo retomou no dia 6 de julho os treinamentos com seu clube, o Liebherr Ochsenhausen, na Alemanha. Antes da pausa, ele foi o primeiro atleta brasileiro garantido nos Jogos Olímpicos de Tóquio a voltar a competir: em maio, ele disputou a semifinal e a decisão da Bundesliga, em que sua equipe acabou com o vice-campeonato.

Hugo, no entanto, não sabe quando terá os primeiros jogos oficiais da temporada, já que a liga alemã ainda não divulgou o calendário. Até lá, ele seguirá treinando com Ochsenhausen, que teve mudanças em seu elenco: o norte-americano Kanak Jha (27º) e os poloneses Maciej Kubik (490º) e Samuel Kulczyck (360º) substituirão o austríaco Stefan Fegerl (87º), o polonês Jakub Dyjas (64º) e o russo Vladimir Sidorenko (186º).

“Os treinos estão agora voltando em condições mais próximas do normal, com mais atletas no ginásio. É uma situação que nunca vivemos, treinar por tanto tempo com tão poucas competições. Acho que vamos descobrir a melhor maneira de trabalhar à medida em que formos retomando o ritmo”, analisou Hugo.

Durante as duas primeiras semanas de pré-temporada, a equipe realizou treinamentos físicos com a participação de outros atletas, como o espanhol Álvaro Robles e o francês Can Akkuzu. Além da programação no ginásio, o grupo também realizou atividades ao ar livre, aproveitando a flexibilização do isolamento social na Alemanha.