‘Meu plano é lutar por uma medalha’: Hugo Calderano mira pódio em Tóquio-2020
28/06/2020 - 13:08
Nesta semana, o site oficial dos Jogos Olímpicos publicou uma entrevista exclusiva com o Hugo. Confira:
Desde que conquistou o bronze individual nos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjing-2014, o brasileiro Hugo Calderano subiu para sexto no ranking mundial de tênis de mesa e conquistou quatro títulos pan-americanos. Agora, ele está baseado na Alemanha, onde defende o clube Liebherr Ochsenhausen. Aqui, ele fala sobre suas ambições para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, como sua experiência nos Jogos da Juventude ajudou em sua carreira e como sua vida mudou devido à pandemia de Covid-19.
Como você se sentiu quando os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 foram adiados?
No início, me senti frustrado, mas eu sabia que não havia outra opção, considerando tudo o que o mundo vem passando. Trabalhei para me manter positivo e motivado nos treinamentos.
Qual foi o maior desafio para você durante a pandemia?
Minha rotina não foi profundamente afetada, principalmente desde que pudemos voltar a treinar, cerca de dois meses atrás. Mas o maior desafio foi acompanhar pelo noticiário o que está acontecendo com as pessoas pelo mundo – especialmente, no Brasil – e tentar manter uma atitude positiva sobre o que ainda vai acontecer.
Como você adaptou seus treinamentos às medidas de quarentena que foram adotadas em virtude da Covid-19?
Ficamos algumas semanas sem poder ir ao ginásio, então tentei adaptar alguns treinamentos em casa. Trouxe uma mesa de tênis de mesa para o meu apartamento e também alguns equipamentos para treinos físicos. Não foi possível manter o mesmo padrão de treinamento a que estou acostumado, mas tentei aproveitar esse tempo para trabalhar algumas coisas em que normalmente não consigo desenvolver.
De que outras formas sua vida foi afetada pela pandemia?
Moro em uma cidade muito pequena e minha rotina é praticamente treinar, comer, dormir. Depois que fomos autorizados a voltar a treinar no ginásio, minha rotina pessoal não mudou muito, para ser honesto.
Como atleta, você está sempre viajando pelo mundo. Como tem sido passar mais tempo em casa devido à pandemia?
Na verdade, essa parte foi positiva. O calendário do tênis de mesa é muito movimentado, com o circuito internacional e as partidas da Bundesliga. Eu raramente tenho a chance de ficar em casa e ter uma sequência de treinamentos. Mas estou pronto para voltar às competições. Sinto falta disso.
Há outros aspectos positivos que você consegue tirar dessa situação?
Minha mãe estava aqui me visitando em março e não conseguiu voltar para o Brasil. É um bônus ter a chance de passar tanto tempo com ela depois de 10 anos morando separados.
Em 2019, você solidificou sua posição como um dos melhores jogadores do mundo. Quão feliz você ficou com a sua temporada?
Tive uma temporada consistente, considerando o Circuito Mundial. Venci todas as competições das Américas – a Copa Pan-Americana e os Jogos Pan-Americanos – e, com o meu clube, conquistamos a Bundesliga e a Copa da Alemanha. Também consegui manter minha posição no ranking mundial, então acho que posso dizer que foi uma temporada bem-sucedida.
Quão decepcionante é não poder competir nesse momento?
Tenho tentado aproveitar essa rara oportunidade de treinar sem interrupções. Mas, após dois meses, realmente sinto falta de competir.
Você trabalhou aspectos específicos do seu jogo durante esse período?
Sim, mas prefiro manter isso entre eu e meu técnico (risos).
Como você avalia as experiências que teve em Nanjing-2014?
Sinto que tive muita sorte por poder competir em Nanjing. Foi uma experiência muito especial para mim e um grande feito conquistar uma medalha.
Você acha que a experiência em Nanjing ajudou na sua preparação para os Jogos Olímpicos Rio-2016?
Com certeza. O torneio de tênis de mesa nos Jogos da Juventude de 2014 foi muito forte, com alguns dos melhores atletas ranqueados naquele momento. E, claro, os aros olímpicos fazem tudo ser mais importante e memorável.
Como foi competir em casa na Rio-2016?
Foi a experiência mais memorável da minha vida. Nunca imaginei ver tantos torcedores vendo o tênis de mesa no Brasil e me apoiando. Nunca vou me esquecer daqueles dias.
Desde a Rio-2016, você se tornou um dos melhores jogadores do mundo. A que você atribui esse sucesso?
Trabalho duro, uma boa estrutura de treinamento, apoio financeiro do meu clube, dos meus patrocinadores individuais, do Comitê Olímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. E, o mais importante, uma excelente equipe técnica.
Quais são seus objetivos para Tóquio-2020?
Meu plano é chegar a Tóquio na minha melhor forma e lutar por uma medalha.
Você acha que esse ano extra de preparação pode beneficiá-lo?
Provavelmente. Certamente, vou aproveitar esse tempo extra da melhor maneira possível.
O que você mais espera dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020?
A essa altura, minha esperança é que o mundo possa superar o novo coronavírus e que os Jogos possam ser realizados conforme planejados.
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